Nós, estudantes de arquitetura, que temos que dedicar várias horas do nosso dia em frente ao computador, desenhando projetos que geralmente terão que ser entregues no dia seguinte devemos ficar atentos a Norma Regulamentadora - NR17 - que não está atendendo as nossas necessidades para que a atividade seja desenvolvida com qualidade. Abaixo estarei mostrando uma reportagem que foi retirada da revista AU - Arquitetura e Urbanismo, falando sobre essa inadequação da norma no que diz respeito a acessibilidade e conforto no uso do computador.
Feita com base nas atividades do digitador, a norma NR 17 desconsidera, por exemplo, quem usa o computador para desenhar. "Uma pessoa que trabalha com Photoshop ou AutoCAD usa o mouse de maneira mais intensa do que o teclado", explica João Bezerra Menezes, arquiteto especializado em ergonomia e professor do departamento de projeto da FAUUSP. Para esse caso específico, Bezerra recomenda superfícies que permitam o apoio inteiro do braço como, por exemplo, uma mesa em L. "Um apoio convencional de teclado não irá funcionar em uma situação como essa", alerta. O arranjo físico dos postos de trabalho e o projeto de seus componentes devem preservar a saúde do trabalhador dentro dos melhores padrões de conforto, de forma que o indivíduo possa exercer suas capacidades plenamente. Apesar das peculiaridades de cada atividade, há parâmetros ergonômicos que devem ser atendidos sempre. Veja abaixo algumas dicas dadas por Bezerra:
Monitor: o centro da tela deve estar abaixo dos olhos do usuário, num ângulo de 15º, posição de descanso do globo ocular. A distância entre o olho e a tela deve ser de 60 cm.
Luminárias: devem estar posicionadas de maneira perpendicular à tela. Luminárias com refletores parabólicos evitam ofuscamento e requerem limpeza semestral.
Superfície de trabalho (mesa): devem ser evitados o brilho e cores escuras, que saturam e cansam a vista ao gerar contraste com o papel. Bordas arredondadas, em um ângulo de 180º, garantem maior conforto ao usuário. Uma superfície com altura de 70 a 72 cm atende bem a um grande universo de pessoas. Apesar de permitirem um maior adensamento das estações de trabalho, mesas com profundidade de 60 cm requerem o uso de monitores de tela plana com 17".
Apoio de pés: os pés devem estar totalmente apoiados no piso. No entanto, esse acessório se torna desnecessário se o tampo da mesa e do teclado forem reguláveis.
Layout: a organização do ambiente deve apresentar uma correspondência direta tanto com o trabalho realizado, quanto com as solicitações externas impostas a essa atividade específica. Salas amplas ocupadas por um número muito grande de estações de trabalho funcionam como verdadeiros labirintos e não prevêem rota de fuga. Sem estabilidade, as divisórias caem ao menor esbarrão.
Divisória: se for feita de materiais absorventes, pode servir para melhorar o conforto acústico do ambiente. As cores devem ser neutras.
Cadeira: deve permitir que o usuário seja corretamente apoiado pela região lombar e tuberosidades isquiáticas, parte do corpo onde acontece o contato da nádega com a superfície do assento. Mobilidade e flexibilidade são características necessárias em uma cadeira, que deve permitir deslocamento fácil, ajustagens dinâmicas e rápida alternância postural. A altura do apoio de braço, se houver, deve ser compatível com o da superfície de trabalho.
Por Valentina N. Figuerola
Postagem: Carlos Augusto M. Costa Filho
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